sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ciberjornalismo

A Internet é uma das muitas ferramentas fulcrais para o trabalho diário de um jornalista. Não só pela enorme quantidade de informação disponível, muitas vezes de forma gratuita, mas também pela sua imediatez. O jornalista poupa assim horas de pesquisa em bibliotecas, em outros jornais, etc.

As primeiras experiências do jornalismo online iniciaram-se nos anos 80. O crescimento foi óbvio. Evoluimos assim de um jornalismo de imprensa extraído na íntegra, passando por sistemas de video-texto, hipertexto, atingindo, finalmente, os jornais digitais (informação criada exclusivamente para online). A internet passa assim a ser um poderosíssimo meio de comunicação preveligiado e, muitas vezes, passa a primeira escolha entre os leitores. A instantaneidade, interactividade, actratividade, produção facilitada e distribuição muitas vezes gratuita, são as principais características da Internet. Actualmente, se um jornal não se encontrar online, corre o risco de perder o seu posicionamente no mercado e, talvez, dinheiro.

Jornalismo online é, segundo Hélder Bastos, a utilização da rede "como instrumento privilegiado de contacto com as fontes e de pesquisa de conteúdos”. O ciberjornalismo ou jornalismo digital é a produção de textos jornalísticos "na rede e para a rede".

São várias as características que diferenciam os meios de comunicação social (audiência, tempo, forma de apresentação e distribuição, distância e armazenamento são alguns exemplos). Relativamente à audiência da Internet, os receptores têm o previlégio de poderem encontrar-se em diversos locais do mundo ao mesmo tempo. No toca a recepção, esta é assincrónica, ou seja, a emissão ocorre em tempo diferente. Assim a distribuição é feita de maneira diferente; a distância e o armazenamento não são limitados. As formas de apresentação variam neste novo meio. Os sons, a imagem o texto e o vídeo são usados simultaneamente e complementam-se de forma equilibrada. Usados de forma correcta, não criam violência visual e funcionam como o cartão de visita de cada site. Pelo facto de não haver restrições a nível de espaço, a publicação de notícias mais aprofundadas é permitida. Pela rapidez da circulação de notícias e pela capacidade de resposta facilitada, a actualização dos artigos é uma das grandes apostas deste novo meio e, por isso, é destacada dos outros meios oferecidos. No entanto, a grande facilidade de publicação via net traz uma onda de amadores e empresas que passam a publicar textos de sua autoria que nada têm a ver com a prática jornalística. De modo a manter-se o elevado número de leitores assíduos, a web necessita de permanente actualização não só de conteúdo (é eliminada a periodicidade), mas também a nível gráfico. Assim, as imagens, vídeos, som, cor, hiperligações (que acrescentam credibilidade e objectividade à notícia)e design são constantemente substituídos visando-se dinamismo e melhor organização jornalística.

Mas é a interactividade a melhor característica que define o ciberjornalismo. Proporcionada não só pelas características supracitadas, mas também pelo facto de os próprios leitores poderem participar na própria acção construtiva do site (através da expressãde opiniões, por exemplo). Para além da simples informação de última hora expressa directamente no artigo, os leitores também têm disponível outros links com textos jornalísticos que complementam a informação já dada, contactos de fontes especializadas no tema, etc. Esta também aumenta a agenda de contactos dos leitores, adquire novas fontes e aumenta o grau de exigência de conteúdos e de clarificação de fontes. Com o objectivo de apelar à fidelização de um maior número de assíduos leitores, a interactividade, no entanto, também coloca o jornalista numa situação de bastante vulnerabilidade. A interactividade também pode afectar directamente com o trabalho diário do jornalista na medida em que rouba-lhe tempo na recolha e verificação de notícias pelo facto de tentar agradar o leitor não só na resposta aos comentários mas também em toda a mudança gráfica do site. Surgem assim algumas lacunas de rigor.

São os motores de busca que ajudam o profissional a encontrar a informação necessária. No entanto, é necessário conhecer bem o motor de pesquisa de modo a tirarmos o melhor partido dele (para ele nos dar a informação precisa que desejamos). Relativamente aos motores de busca existem os directórios organizados por pessoas, como o Look Smart. Como vantagem, há um maior controlo da informação que entra, melhor organização e tematização. No entanto, esta base de dados encontra-se muito incompleta. Já os “worms”, como o Altavista, estão sempre actualizados.

Há ainda que ter em conta que o acesso ilimitado à informação pode originará mudanças cognitivas, emocionais e de comportamento. Relativamente às primeiras, “o cidadão poderá deixar de entregar ao jornalista a missão de seleccionar as notícias mais importantes, passando a confiar noutros serviços da Web para esse efeito.” (Granado, António; 2000). O jornalista perde assim o seu poder de gatekepper e os critérios de noticiabilidade são alterados em função dos desejos da sociedade. Parece que tudo o que é publicado na Web é elevado a um estatuto de verdade, conferido apenas pelo seu meio de divulgação – a rede. Este aparente estatuto diminui o papel do jornalista na sociedade e motiva a alterações de atitudes. No que concerne às últimas mudanças, as comportamentais, o papel do jornalista é minimizado e secundarizado pelo facto de uma simples página de um simples indivíduo poder ter mais tráfego do que todo um órgão da comunicação social. “Os jornalistas serão mesmo ncessário no futuro?” (Granado, António; 2000).

É importante ainda referir que, do ponto de vista deste novo jornalista que se formou com a nova era, é considerado mais completo pelo facto de se exigir uma verificação mais cuidadosa das fontes e da veracidade das notícias (através de critérios de autoridade, precisão, objectividade, actualidade da notícia, entre outros).

O jornalista online deve, também, obedecer algumas regras de construção do texto, já tradicionais. O lead deve ser informativo, honesto, simples (de forma a que o leitor apreenda a informação de forma imediata) e, claro, apelativo. Este parágrafo resume a notícia e tem uma função de transição e de explicar ao leitor a importância da história a ser contada. A sua construcção rege-se pela regra dos 5 W´s ingleses – who (quem), what (o quê), why (porquê), where (onde) e when (quando). O restante corpo de texto deve explicar o para quê, como e quanto. Muitos estudos e autores acreditam que os utilizadores deste novo tipo de jornalismo não preferem a velha pirâmide invertida (onde os assuntos iriam diminuindo de importância à medida que se avançava como texto) – algo que vem reafirmar a posição proactiva do leitor.

São vários os problemas éticos que se colocam com o ciberjornalismo. Entre eles destacam-se a má definição entre textos jornalísticos e anúncios; a publicidade muitas vezes despropositada; organizações de duvidoso currículo ou mesmo a criação de textos de opinião que substituem os jornalísticos. Há ainda a possibilidade de se cair no fácil sensacionalismo de modo a agradar às audiências, editores e publicitários. A utilização de informações recolhidas online, emitidas por fontes desconhecidas, também pode causar problemas judiciais no futuro de empresas jornalísticas e aos próprios jornalistas, acusados de apropriação indevida. O contrário também é plausível: jornalistas, plageados por terceiros, também poderão colar processores judiciais aos infractores.


Para mais informação consultar:

http://www.ipv.pt/forumedia/5/13.htm

http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-jornalistas-online.pdf

quinta-feira, 15 de maio de 2008

JAC

Jornalismo Assistido por Computador

JAC (Jornalismo Assistido por Computador) é uma das grandes disciplinas de jornalismo nos EUA. Os seus teóricos estudam o impacto das novas tecnologias no processo noticioso. Por outras palavras, refere-se à relação entre repórteres, computadores e Internet.


É natural que haja uma tendência para confundir JAC com Ciberjornalismo mas estes não são sinónimos. Ciberjornalismo ou Webjornalismo dizem respeito a uma nova maneira de fazer notícias enquanto que o JAC se limita a novas ferramentas usadas para fazer o mesmo jornalismo.


Estas ferramentas têm, muito lentamente, vindo a ser integradas no processo de criação das notícias. Para a História ficará a experiência da CBS durante as eleições presidenciais de 1952 que opuseram Eisenhower a Stevenson. Esta emissora norte-americana usou o programa Remington Rand UNIVAC para prever o vencedor da corrida presidencial.


Contudo, apenas na década de oitenta, com o advento dos microcomputadores, é que estas apareceram nas redacções. Primeiro, foram os próprios redactores que tomaram iniciativa e levaram os seus computadores pessoais. Posteriormente, as redacções renderam-se a estas novas tecnologias, não só com o uso de bases online, mas também com a disponibilização dos seus conteúdos nos sites dos jornais.


Actualmente, o trabalho jornalístico já não vive sem o recurso a estas ferramentas. Destaca-se particularmente a facilidade de acesso a informação mas também a organização desta.


Infelizmente, estas ferramentas também comportam perigos. Exemplos deste perigos prendem-se com o facto de os jornalistas poderem ter acesso a caixas de correio de políticos, a ocultação de fontes ou, pelo constante nascimento de novas e melhores ferramentas multimédia, poderem alterar a mensagem visual de uma simples fotografia. Deste modo, são vários os problemas éticos, de plágio e de privacidade que se levantam com esta nova tendência.


Apesar ter uma implantação muito maior nos E.U.A., o JAC também já é comum em Portugal. Todos os grandes jornais nacionais disponibilizam uma página online e variados serviços de interactividade com o leitor. Apesar de grande parte da chamada “velha guarda” dos jornalistas portugueses só usarem o computador como uma máquina de escrever com memória as gerações mais novas confiam plenamente nestas ferramentas e com elas inovam todo o meio.


Consultar mais informação em:

http://members.optusnet.com.au/~slamble/Why_use_CAR.html

http://www.labcom.ubi.pt/jac/artigos_sobre_jac.html

http://www.fcsh.unl.pt/cadeiras/ciberjornalismo/aula7.htm

http://www.poynter.org/content/content_view.asp?id=5801&sid=26

Queima Porto/Braga




Imagens retiradas de:

http://jpr.icicom.up.pt/
http://www.dicas.sas.uminho.pt/default.aspx?tabid=8&pageid=7&lang=pt-pt&path=Universidade/2008/Enterro%20da%20Gata%2008/Segunda%20Feira¤tstrip=5